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31 de julho de 2015. Celebração pelo Conselho da Europa do aniversário do genocídio dos ciganos

3 ago 2015

O Conselho da Europa sedeado em Estrasburgo, observou em 31 de Julho, um minuto de silêncio para comemorar o genocídio dos ciganos, ocorrido há 71 anos durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi também a oportunidade para prestar homenagem às vítimas do genocídio dos ciganos no quadro do Holocausto.

A nação romani comemora esta tragédia em 2 de Agosto, data em que, em 1944, mais de 3000 ciganos foram exterminados na câmara de gaz V do “Zigeuner BIII” em Auschwitz-Birkenau.

Não se consegue determinar com precisão o número de ciganos massacrados, mas os historiadores estimam que foram assassinados cerca de 220 000 ciganos, ou seja, um quarto dos ciganos que viviam na Europa antes da Segunda Grande Guerra.

O Holocausto dos ciganos é designado pelos ciganos por Pharrajimos e representa a tragédia que mais vítimas fez em toda a história dos ciganos.  Gheorghe Raducanu, presidente do Fórum Europeu dos Ciganos e dos Viandantes proferiu, nesta ocasião, palavras de homenagem e colocou uma coroa de flores no pé da pedra comemorativa do Holocausto, diante do Palácio da Europa, sede do Conselho da Europa.

O Orador sublinhou que “não basta comemorar o Holocausto. É também necessário adotar leis que protegem os direitos humanos e a dignidade humana, e aplicar a lei com meios eficazes, para prevenir e sancionar qualquer manifestação de ideologia extremista, inclusive o anti-ciganismo”.

Snezana Samardzic Markovic, Diretora-Geral da Direção da Democracia do Conselho da Europa, falando em nome de Thornbjorn Jagland, Secretário Geral do CoE, declarou que “as raízes perniciosas do anti-ciganismo são, com efeito, muito profundas”, acrescentando que “sob o regime nazi, era fácil explorar os sentimentos anti-ciganistas para operar a política de extermínio. Parece que em numerosos países da Europa, podem ainda hoje ser explorados com fins políticos.” “Sete décadas depois de Auschwitz, o anti-ciganismo cresce; nalguns Estados membros, é mesmo parte da política oficial”, declarou, salientado que é da responsabilidade do Conselho da Europa e de toda a Comunidade internacional, agir contra o anti-ciganismo.

A Sra. Samardzic-Markovic referiu que o CoE reconheceu o holocausto dos ciganos como um genocídio e que convidou os Estados membros a incluírem o extermínio dos ciganos nos programas de ensino das escolas. Embora não referisse qual seria, a Sra. Diretora Geral da Direção da Democracia do CoE, sublinhou que um reconhecimento mais oficial do holocausto dos ciganos poderia constituir uma medida simbólica importante na luta contra o anti-ciganismo.


Autor: Paulo Marrecas Ferreira