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Alto Comissário para os Direitos Humanos lança maior campanha de angariação de fundos de sempre

20 fev 2017

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, lançou na passada semana a mais ambiciosa campanha de angariação de fundos de sempre, no valor de 253 milhões de dólares, dirigida a Estados e doadores privados, “com o objectivo de reforçar a capacidade do Alto Comissariado para trabalhar e defender os direitos humanos de todas as pessoas em toda a parte, assim potenciando a estabilidade num mundo incerto”.

“O nosso mundo entrou num período de profunda incerteza. Em muitos países, mesmo as regras estão sob ataque – a xenofobia e os apelos à discriminação racial e religiosa entraram no discurso corrente e parecem cada dia mais espalhados e profundamente enraizados”, declarou o Alto Comissário.

“Um falhanço colectivo ao nível da prevenção, minimização e resolução de conflitos e guerras está a alimentar grupos extremistas brutais e a criar vaga após vaga do mais chocante sofrimento humano, nomeadamente forçando milhões de pessoas a abandonar as suas casas e tudo o que alguma vez conheceram.”

“Isto é razão para grande alarme – mas não para desistirmos. É um apelo, não ao desespero, mas à acção. E prova a premente necessidade de grande compaixão, estabilidade e desenvolvimento inclusivo que os direitos humanos sustentam. O investimento nos direitos humanos hoje significa prevenção amanhã – prevenção da escalada de violações e dos efeitos devastadores dos conflitos. A garantia dos direitos humanos significa estabilidade para países e regiões inteiros através da promoção da justiça para todos.”

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, através de cerca de 60 presenças no terreno e de parcerias com outras organizações internacionais e locais no mundo inteiro, trabalha para garantir que os princípios de direitos humanos tenham um impacto real nas vidas das pessoas.

“Através da defesa dos direitos humanos, prestação de consultoria sobre questões legislativas e constitucionais, formação de autoridades do Estado bem como de organizações não governamentais, apuramento de factos e investigações sensíveis, os quais lançam os alicerces da responsabilização e amplificam as vozes das vítimas de violações de direitos humanos – através destes e de outros meios, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos ajuda a promover uma melhor protecção dos direitos humanos de todos”, declarou o Zeid.

“Mais do que nunca, necessitamos de parceiros fortes que nos ajudem. O Alto Comissariado está dramática e cronicamente subfinanciado. Precisamos de ampliar a nossa base de financiamento de forma a incluir mais Estados Membros e encorajamos a participação de uma muito maior diversidade de doadores privados.”

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos procura este ano angariar 252.9 milhões de dólares em contribuições extra-orçamentais para o seu programa de trabalho de 2017, incluindo actividades de assistência no terreno e de apoio aos peritos independentes de direitos humanos da ONU e Conselho de Direitos Humanos, bem como para uma série de fundos fiduciários que apoiam o trabalho em áreas como a tortura, formas contemporâneas de escravatura e direitos dos povos indígenas. Este financiamento extra-orçamental será adicional ao financiamento proveniente do orçamento regular das Nações Unidas para o Alto Comissariado, no valor de 107.56 milhões de dólares.

“Com o vosso apoio, podemos ajudar a prevenir a escalada das crises de direitos humanos. Podemos promover, em todos os países, um espaço democrático amplo e aberto e instituições imparciais regidas pelo princípio do Estado de direito. Podemos contribuir para uma boa governação em matéria de migrações e continuar a promover a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030. Podemos tentar contrariar os actuais ataques aos valores e agir com rapidez para defender as normas e princípios de direitos humanos que lutámos tanto para construir”, afirmou o Alto Comissário.

“Cada vez mais pessoas estão subitamente a perceber que já não nos podemos dar ao luxo de ser complacentes em matéria de direitos humanos e que a erosão dos direitos humanos dos outros acabará, mais cedo ou mais tarde, por levar à erosão dos nossos próprios direitos”, acrescentou Zeid.

“Agora é o momento de nos erguermos em defesa dos direitos humanos. Contamos com o vosso apoio”, disse

 

por: Raquel Tavares

Fontewww.ohchr.org