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Declaração de Beirute destaca papel das religiões na promoção dos direitos humanos

13 abr 2017

ONG e organizações religiosas reunidas em Beirute no âmbito da iniciativa “Fé nos Direitos” adotaram no passado dia 29 de março a Declaração de Beirute, que destaca o papel das religiões na promoção dos direitos humanos. Esta iniciativa visa unir as comunidades religiosas de várias confissões a fim de combater a discriminação e a violência baseada na religião “através de um objetivo partilhado de promover os direitos humanos e garantir a liberdade de religião ou convicção.”

"O nosso objetivo é fomentar o desenvolvimento de sociedades pacíficas, onde a diversidade não seja apenas tolerada mas plenamente respeitada e celebrada”, afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, numa mensagem de vídeo destinada aos participantes na reunião de dois dias organizada pelo Alto Comissariado em Beirute.

“Os líderes religiosos, com a sua considerável influência nos corações e mentes de milhões de pessoas, são potencialmente agentes muito importantes dos direitos humanos”, disse o Alto Comissário.

Partindo do Plano de Ação de Rabat 2012, que enuncia as responsabilidades fundamentais dos líderes religiosos no combate ao incitamento ao ódio, a Declaração de Beirute (cujo texto completo pode ser encontrado aqui) alarga tais responsabilidades a todo o espetro de direitos humanos. Apela aos crentes de todas as religiões para que “juntem as mãos e os corações para articular formas de união que lhes permitam defender os direitos fundamentais contra a discriminação e a violência.”

Sheikh Maytham Al Salman, líder religioso e defensor de direitos do Bahrain, instou os líderes religiosos e as organizações de base confessional a assumir papéis de liderança no combate às campanhas de ódio contra determinados grupos religiosos. “A hostilidade religiosa aumentou para níveis alarmantes”, disse.

Ligados à Declaração de Beirute estão os 18 compromissos da Iniciativa Fé nos Direitos ao nível da defesa dos direitos humanos, incluindo as promessas de evitar invocar a “religião de Estado” para justificar a discriminação de qualquer indivíduo ou grupo, de garantir a igualdade de género e os direitos das minorias, de não oprimir vozes críticas e de envolver as crianças e jovens. 

 

por: Raquel Tavares

Fontewww.ohchr.org