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Mundo recorda a libertação de Auschwitz

28 jan 2015

Assinalou-se ontem, dia 27 de Janeiro, Dia de Memória do Holocausto, o 70.º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Por todo o mundo, sucederam-se as comemorações, provavelmente as últimas que contarão com a participação de um número significativo de vítimas directas do genocídio nazi.

O Secretário-Geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland, juntou-se ao presidente polaco, Bronislaw Komorowski, e a outros Chefes de Estado e dignitários estrangeiros, nas comemorações oficiais.

“O holocausto teve por base um total colapso dos direitos humanos. Face ao crescimento do anti-semitismo, da xenofobia e dos apelos ao ódio, os líderes políticos devem voltar a comprometer-se, inequívoca e unanimemente, a respeitar os direitos humanos. A mensagem da Declaração Universal dos Direitos do Homem é clara: todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Nunca esqueceremos. E dizemos: nunca mais!”, declarou numa mensagem difundida antes do evento.

Na passada segunda-feira, o Secretário-Geral Thorbjørn Jagland deu início às comemorações do Dia Internacional em memória das vítimas do Holocausto na sede do Conselho da Europa, em Estrasburgo, numa cerimónia que contou também com a participação de Didier Reynders, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus da Bélgica e Presidente do Comité de Ministros do Conselho da Europa.

Também o Alto Comissário das Nações Unidsa para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, emitiu um comunicado oficial a assinalar a efeméride:

“Há setenta anos, neste dia para sempre solene, Auschwitz-Birkenau – o maior centro de extermínio dos campos de concentração nazis – foi finalmente libertado.

Continuamos a ser assombrados pelo destino de milhões de homens, mulheres e crianças judeus, bem como ciganos, polacos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros prisioneiros e deportados de toda a Europa, pessoas com deficiência, homossexuais e dissidentes, que sofreram e foram mortos por esta tenebrosa máquina de extermínio. A memória de bem mais de um milhão de crianças judias, e milhares de outras crianças, assassinadas, é particularmente insuportável. Tanto pessoalmente como enquanto representante das Nações Unidas, vergo-me perante cada mulher, homem e criança que foi forçado a suportar este terrível sofrimento.

A Carta das Nações Unidas – cujo 70.º aniversário se assinala também este ano – foi concebida em resposta às atrocidades do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial. A Carta procura estabelecer uma nova visão do que o mundo deve ser. Deve ser um mundo em que todas as pessoas sejam capazes de exercer os seus direitos humanos em liberdade, dignidade e igualdade, em plena conformidade com o direito internacional dos direitos humanos.

E, no entanto, as influências tóxicas da discriminação e do ódio racial e étnico sentem-se ainda entre nós e o catálogo de atrocidades continua sucessivamente.

A discriminação e o ódio matam e ferem milhares de pessoas. Também nos prejudicam a todos. Negam a maravilhosa diversidade dos indivíduos e das culturas na nossa pertença comum à humanidade, bem como os nossos direitos humanos fundamentais e universais.

Em memória das vítimas e sobreviventes do Holocausto, e da dor que muitos outros têm desde aí vindo a sofrer, acredito ser urgente que todos reforcemos a nossa coragem moral. Há que resistir à discriminação de todo o tipo para que todos possamos viver em liberdade, com respeito, igualdade e justiça.”


Autor: Raquel Tavares

Fontewww.coe.int e www.ohchr.org