A OSCE nasceu em 1975, em Helsínquia, sob o nome Conferência sobre a Segurança e Cooperação na Europa (CSCE) como resultado de um equilíbrio nas relações entre os EUA e a ex-URSS. Efetivamente, a ideia da realização de uma conferência sobre a segurança na Europa remonta aos anos 50, por iniciativa da ex-URSS, mas sem sucesso. Foi necessária uma evolução política e algumas negociações prévias para chegar à Conferência de Helsínquia, que reuniu representantes de 35 Estados.
No documento final desta Conferência – Ata Final de Helsínquia – os Estados participantes concordaram em continuar o processo multilateral aí iniciado procedendo, periodicamente, a trocas de pontos de vista sobre a implementação das tarefas definidas, aprofundando as suas relações mútuas e melhorando as questões de segurança e o processo de cooperação.
Da Conferência resultaram três conjuntos de recomendações habitualmente designados de "cestos”:
1.º Cesto - relacionado com medidas militares de construção da confiança e com os aspetos político-militares da segurança. Estes consubstanciam-se num conjunto de princípios que regem as relações entre os Estados participantes - o "Decálogo":
1. Igualdade soberana e respeito dos direitos inerentes à soberania;
2. Abstenção do uso de ameaças e da força;
3. Inviolabilidade das fronteiras;
4. Integridade territorial dos Estados;
5. Resolução pacífica das disputas;
6. Não intervenção nos assuntos internos;
7. Respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, incluindo as liberdades de pensamento, consciência, religião ou convicção;
8. Igualdade de direitos e autodeterminação dos povos;
9. Cooperação entre os Estados;
10. Cumprimento de boa fé das obrigações impostas pelo direito internacional.
2.º Cesto - relacionado com a cooperação em matérias como a economia, a ciência, a tecnologia e o ambiente.
3.º Cesto - relacionado com a cooperação em assuntos humanitários e outros. Esta dimensão abrange os direitos humanos e um conjunto de recomendações relacionadas com questões mediterrânicas.
A (ainda) CSCE assumiu novas responsabilidades e desafios no período de transição que se seguiu à queda do muro de Berlim, caracterizado pela institucionalização, reforço das capacidades operacionais e definição de novos compromissos e princípios, em especial no domínio dos direitos humanos.
A Carta de Paris para uma Nova Europa, assinada a 21 de novembro de 1990, no final da segunda cimeira da CSCE, avançou neste sentido. Foi decidido que era necessário institucionalizar a CSCE através de mecanismos de consulta política assim como através de um conjunto de instituições permanentes. Decidiu-se igualmente que as consultas políticas seriam realizadas ao nível dos Chefes de Estado e de governo a cada dois anos e que os ministros dos negócios estrangeiros se deveriam encontrar, pelo menos, uma vez por ano em conselho formal. Os funcionários de alto nível dos ministérios dos negócios estrangeiros deveriam encontrar-se regularmente como comité. Com vista a apoiar esta institucionalização foi criada uma infraestrutura administrativa permanente que inclui um Secretariado, um Centro de Prevenção de Conflitos e um Gabinete para eleições livres. Na Cimeira de Paris foi ainda adotado o texto do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa.
Em julho de 1992, na Cimeira de Helsínquia, os Chefes de Estado e de Governo declararam que a CSCE teria o estatuto de organização regional no sentido do Capítulo VIII da Carta das Nações Unidas. Foi instituído o Alto-Comissário para as Minorias Nacionais, bem como o Fórum para a Cooperação na Segurança e o Fórum Económico.
Na Cimeira de Budapeste, em dezembro de 1994, foi alterado o nome de CSCE para OSCE, refletindo o facto de já não se estar perante uma mera conferência. Foi igualmente aprovado um Código de Conduta sobre os aspetos político-militares da segurança contendo um conjunto de princípios sobre o papel das forças armadas nas sociedades democráticas. Foram entretanto criadas outras estruturas institucionais refletindo o alargamento do âmbito de atuação da OSCE.
Foram igualmente realizados progressos significativos na a Cimeira de Lisboa, realizada em dezembro de 1996, nomeadamente no que diz respeito aos desafios de segurança enfrentados pelos Estados participantes e ao controle de armamento. A "Declaração da Cimeira de Lisboa" constitui uma avaliação da situação geral da segurança na Europa. Manifestou-se a intenção de elaborar uma Carta para a Segurança Europeia e aprovou-se a Declaração sobre um Modelo de Segurança para o século XXI, bem como um quadro para o controlo de armas.
A Carta de Segurança Europeia foi aprovada na Cimeira de Istambul, em novembro de 1999, tendo em vista a reforçar a segurança e estabilidade, bem como melhorar a capacidade operacional da organização.
Na Cimeira de Astana (Cazaquistão), realizada em dezembro de 2010, foi adotada a Declaração Comemorativa de Astana, reafirmando o compromisso para com os princípios da Organização e a abordagem abrangente às questões de segurança com base na confiança recíproca e na transparência.