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Alto Comissário alerta para ataques contra civis no Iémen

14 jan 2015

“O aumento da insegurança e violência no Iémen estão a ter efeitos terríveis sobre os civis”, alertou o Alto Comissário das Nações Unidsa para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, apelando a mais atenção internacional ao sofrimento do povo iemenita. 

“Nas últimas semanas, dezenas de pessoas foram mortas numa sucessão de ataques bombistas no Iémen. Estes ataques deliberados de violência indiscriminada são absolutamente deploráveis e no entanto – talvez devido à violência que assola tantos outros países – é prestada relativamente pouca atenção à situação no Iémen”, declarou o Alto Comissário.

“Os recentes bombardeamentos incluem ataques suicidas em Radaa, no centro país, a 16 de Dezembro, que deixaram mais de 20 mortos, muitos dos quais crianças em idade escolar. A 31 de Dezembro, um bombardeamento suicida reivindicado pela Al Qaeda da Península Arábica (AQAP) matou pelo menos 24 pessoas, e a 4 de Janeiro seis pessoas foram mortas quando membros do movimento Al Houthi tentavam desactivar um engenho explosivo colocado nas proximidades de uma escola de raparigas em Dhamar. A AQAP reivindicou a colocação do engenho. A 7 de Janeiro, pelo menos 37 pessoas morreram com a detonação de um carro armadilhado no exterior de uma academia de polícias na capital, Sanaa.”

“O que ganha alguém em massacrar civis – especialmente crianças – desta forma?”  perguntou Zeid. “Insto todas as partes no Iémen a renunciarem ao uso de violência para evitar novas perdas de vidas inocentes e a tomarem medidas concretas com vista a uma imediata e efectiva implementação do acordo de paz e parceria.”

“No sul do Iémen, as forças de segurança terão alegadamente usado a força de forma desproporcional, nomeadamente disparando balas verdadeiras, para dispersar manifestações na segunda quinzena de Dezembro. Tem também havido relatos de várias mortes de civis, incluindo um incidente na aldeia de Al-Sabbar, onde as forças de segurança terão alegadamente morto três pessoas.

Sem prejuízo da difícil situação que enfrentam, é essencial que os agentes das forças de segurança pública parem de utilizar a força de forma excessiva, resultando em mortes civis, e que tanto o governo como os grupos armados parem de efectuar detenções arbitrárias”, disse o Alto Comissário.

“É preciso investigar imediatamente e de forma independente e eficaz todas as violações das normas internacionais de direitos humanos cometidas, por todos os lados, de forma a levar os seus autores a responder perante a justiça e garantir a salvaguarda do direito das vítimas a justiça e reparação”, acrescentou.


Autor: Raquel Tavares

Fontewww.ohchr.org