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Todos unidos na condenação ao ataque ao Charlie Hebdo

8 jan 2015

Multiplicam-se por todo o mundo as declarações de veemente condenação do ataque terrorista ontem cometido em Paris contra o semanário satírico Charlie Hebdo e de solidariedade para com as vítimas.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, emitiu um curto comunicado condenando “em absoluto o chocante e impiedoso ataque a trabalhadores do jornal e polícias”, ontem cometido em Paris, e instando todos quantos disponham de informação que possa ajudar a localizar os indivíduos “que planearam e levaram a cabo este odioso crime a fazê-la chegar imediatamente ao conhecimento das autoridades francesas, antes que mais vidas se percam.” O Alto Comissário deu as suas “sentidas condolências ao povo francês, especialmente às famílias, amigos e colegas dos alvejados a sangue frio no seu escritório, e aos que jazem gravemente feridos no hospital.”

“A liberdade de expressão e de opinião constitui uma pedra angular de qualquer sociedade democrática. Não podemos permitir que aqueles que tentam dividir comunidades com base na religião, etnia ou qualquer outra razão sejam bem-sucedidos. É preciso que o Estado de Direito nos deixe firmes e unidos contra tais actos terroristas. O Estado de Direito exige também que tentemos prender e punir as pessoas directamente responsáveis pela execução, planeamento ou cumplicidade em crimes concretos, não deitando as culpas em qualquer grupo alargado:”

“Se permitirmos que este ataque fomente a discriminação e o preconceito, estaremos precisamente a fazer o jogo dos extremistas cuja intenção clara é dividir as religiões e as sociedades. Com a xenofobia e os sentimentos contra os migrantes já a aumentar na Europa, receio muito que este acto horrível e calculista seja explorado por todo o tipo de extremistas.”

Também o Relator Especial das Nações Unidas sobre liberdade de opinião e de expressão, David Kaye, condenou “o mais veementemente possível” os ataques aos jornalistas do Charlie Hebdo, considerando-os “os mais graves ataques a jornalistas e à liberdade de imprensa da história recente”.

“É fundamental, num momento destes, reiterar a importância vital de uma imprensa livre nas sociedades democráticas”, disse. “Surgirão vozes a instar os cartoonistas em particular a ter cuidado com aquilo que publicam”, lembrou o perito. “Insto que façam o contrário: que todos aqueles com qualquer capacidade para conter tal violência o façam agora e em termos claros e absolutos.”

“Chocado pela manifestação de violência de [ontem], exprimo a minha solidariedade para com jornalistas, cartoonistas e artistas ameaçados”, declarou David Kaye. “Espero, não só que sejam prestadas contas por esta horrível violência, mas também que todas as vozes do espectro político a condenem inequivocamente.”

O Relator Especial manifestou também as suas mais profundas condolências às famílias das vítimas e ao povo francês.


Autor: Raquel Tavares

Fontewww.ohchr.org